terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Hoje é o dia do Botonista - 14 de Fevereiro


Hoje é o Dia do Botonista. Essa data é comemorada no dia 14 de fevereiro por ser o aniversário de Geraldo Cardoso Decourt.
Geraldo Cardoso Decourt nasceu em 14 de fevereiro de 1911, em Campinas, Estado de São Paulo. Ainda criança mudou-se para o Rio de Janeiro e aos 11 anos de idade aprendeu com amigos o jogo que faria parte de sua vida.
Em 1929 organizou o jogo e o batizou de Football Celotex. Assim era chamado pelo material que eram feitas as mesas para a prática, importado da The Celotex CO, de Chicago – EUA. No ano seguinte publicou o primeiro livro com as regras, denominado de Regras de Football Celotex. A publicação foi divulgada por vários jornais importantes da época, como O Globo e A Noite, o que ajudou a divulgação do jogo.
Na década de 1940 Decourt voltou a morar em São Paulo e chegou a ficar afastado por conta de inúmeros trabalhos, mas em 1957 o ex-pugilista e praticante do Futebol de Mesa Éder Jofre lhe fornece o endereço do Grêmio Dramático Luso-Brasileiro, onde muitos botonistas reuniam-se para jogar.
No ano de 1975, após décadas de dedicação ao que já era conhecido como Futebol de Mesa, Decourt funda a Botunice. A associação foi criada junto com outras pessoas, entre elas seu grande amigo e colaborador Antonio Maria Della Torre.
Em 1982, após sete anos, a Botunice chegava ao fim, quando reunia mais de 50 associados. Neste mesmo ano Decourt compôs o Hino do Botonista, gravado em fita K7 e distribuído em apenas quinze cópias que hoje são consideradas uma preciosidade entre os botonistas.
Já em 1988, Decourt e todos os praticantes de Futebol de Mesa conseguiram realizar o sonho de verem o Futebol de Mesa reconhecido pela Connselho Nacional dos Desportos (CND) como esporte amador. Isso foi possível graças a dedicação de Della Torre.
Geraldo Cardoso Decourt, entre outras ocupações, era pintor. Foi considerado por Paulo Mendes de Almeida um dos – primeiros abstracionistas do Brasil -. Flamenguista de coração, o “Papa do Futebol de Mesa” faleceu no dia 24 de maio de 1998. Em 2001 o Governador de São Paulo Geraldo Alckimin oficializou a data de aniversário de Decourt como Dia do Botonista. Atualmente, a Confederação Brasileira de Futebol de Mesa (CBFM) também reconhece a data.
Texto originalmente publicado no site http://www.futmesario.com por Gabriel Adão, atleta do America FC e replicado no site da FEFUMERJ em 14/02/2011.

 

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

O tempo em que Tostão valia mais do que Pelé

 
Li este artigo sobre Futmesa no Blog do Juca Kfouri no UOL publicado em 2013 e resolvi colocar aqui porque achei muito bom...

Confiram:


O tempo em que Tostão valia mais do que Pelé

Blog do Juca Kfouri / Por Marcos Alvito

Para mim não havia dúvida, era fato incontestável: Tostão era melhor do que Pelé. Até que Pelé tinha seu valor: fazia jogadas insinuantes, penetrava com facilidade nas defesas e perto da área ou dentro dela era quase infalível. Mas Tostão era maior do que ele, pelo menos no meu time de futebol de botão. Pelé era uma “vidrilha”, isto é, uma tampa transparente de relógio de pulso transformada em goleador. Por ser transparente, ficava bonito ver a cabecinha de Pelé recortada do jornal e devidamente colada no “meu” jogador. Tostão, por sua vez, era um botão de galalite brilhante, amarelo. À época eu nem pensava como se fazia o galalite, mas pesquisando descobri que o precioso material é um derivado, vejam só, do leite. São necessários de 15 a 85 galões de leite para fazer um miserável quilo de galalite. É claro que isso me faz lembrar a antológica frase de Gentil Cardoso tentando convencer seus jogadores a praticarem o jogo rasteiro:

“A bola é de couro, o couro vem da vaca, a vaca gosta de grama, então joga rasteiro, meu filho”

Com o devido respeito, o galalite vem do leite, o leite vem da vaca… e não há jogo mais “rasteiro” do que o futebol de botão: a bola só alça vôo, normalmente, nos chutes, de resto os passes são colados à “grama”.

O que eu já sabia, entretanto, é que os meus sonhos eram feitos daquele material. Aos nove anos eu admitia ser um perna-de-pau inapelável. Para compensar tornei-me um exímio jogador de futebol de botão. Com aquele time eu podia entrar dentro de campo, passar, driblar, chutar e, sobretudo, marcar gols, muitos gols. Por isso, para mim, Tostão era maior do que Pelé. Tostão era largo e alto e a sua especialidade, que o tornava temível entre os meus adversários, era chutar muito bem logo após a linha do meio de campo. Era desesperador e humilhante para os outros meninos sofrerem gols desse jeito. Imitando a vida real mais ainda, um amigo até me fez uma proposta por Tostão. O valor que oferecia era dez vezes mais do que a quantia que eu desembolsara na papelaria. De nada adiantou eu tentar lhe dizer (mesmo que eu também não acreditasse nisso), que Tostão era apenas um botão e que ele poderia comprar outro igual. Claro que sabíamos que os botões eram fabricados industrialmente, mas nenhum botão era igual ao outro. Disse ao meu amigo que não levaria vantagem sobre ele vendendo o Tostão por tanto dinheiro. Mas a verdade é que naquela época eu não venderia o “meu Tostão” por dinheiro algum.

O prédio de classe média onde eu morava era palco de um drama cotidiano. Na nossa infância as ruas de Botafogo (bairro do Rio de Janeiro) já não permitiam a sua transformação em campo de futebol improvisado. Nosso edifício não tinha playground, mas era construído sobre pilotis e o térreo funcionava como garagem. É claro que nós queríamos utilizar a garagem como palco de épicas peladas. O prédio proibiu, nós fizemos manifestação e passeata (ecos do movimento estudantil do fim da década de 60) mas não adiantou. Entre a alegria das crianças e o bem-estar dos automóveis, os pais optaram por seus veículos.

O que nos restou foi o futebol de botão. Se não podíamos jogar com os pés, jogávamos com as mãos e a imaginação. Ele tinha a capacidade de nos transportar para muito além de Botafogo. Fazíamos copas do mundo, cada um representando uma ou mais seleções, campeonatos cariocas, brasileiros e até campeonato inglês nós fizemos. Lembro de um campeonato jogado em três mesas, a maior era o Maracanã, a de tamanho médio era São Januário e a menor representava o estádio de um time pequeno.


À época, nós nem queríamos saber de onde tinha vindo o futebol de botão. Nem podíamos imaginar que ele tivesse sido criado na década de 30 e que em 1977 ele viesse a ser reconhecido oficialmente pelo Conselho Nacional de Desportos (CND) como uma modalidade esportiva. Mas sabíamos que a geração anterior à nossa jogara com botões diferentes, improvisados, muitos feitos de casca de côco. Na verdade, em cada lugar se jogava de um jeito. No nosso pequeno mundo da Rua Mariana 113, a bola era quadrada. Isso mesmo: jogávamos com um dadinho que comprávamos na papelaria. Em outros lugares usavam-se discos de plástico ou bolinhas de feltro. Tínhamos a liberdade de criar nossas próprias regras: tempo de jogo, fórmulas de campeonato (pontos corridos, eliminatórias etc), métodos de desempate (prorrogação, disputa de pênaltis). Nossos atletas eram mimados, cuidadosamente guardados em caixas de papelão, limpos com flanelas e tratados com carinho. Nossos “gramados” eram cobertos com uma fina camada de talco para os botões deslizarem melhor. Éramos técnicos, jogadores, cartolas e juízes, tudo ao mesmo tempo.

Quando meu filho nasceu, fiz questão que ele tivesse oportunidade de jogar futebol de verdade. Mas não deixei de lhe ensinar a jogar futebol de botão. Na verdade, por causa dele eu me tornei um “profissional” e nós dois jogamos juntos um campeonato brasileiro com a camisa do América, pois à época o Flamengo não tinha time de futebol de mesa.

Sim, o meu futebol de botão era agora pomposamente chamado de futebol de mesa por ter regras oficiais, campeonato, federação e o escambau. É completamente diferente. A mesa é enorme, tem quase dois metros de comprimento (c. 1,85 m) por um metro e vinte centímetros de largura. A regra mais difundida, pela qual eu jogava, permite no máximo doze toques na bola de feltro, redondíssima, sendo que cada botão só pode dar três toques na bola. Os botões são do tipo “argola”, com um furo no meio e bem maiores do que eram meus craques de infância. E não são feitos mais de galalite e sim de acrílico.

Os atletas do futebol de mesa treinam duas vezes por semana pelo menos. Cada clube tem o seu CT (Centro de Treinamento) onde os mais aplicados passam horas e horas jogando uns contra os outros de olho nas competições. Sem falar nos fominhas que compram uma mesa e ficam em casa treinando chutes feito Zico fazia. Para participar dos campeonatos existem até competições seletivas, uma espécie de segunda divisão, onde eu tive que jogar até conseguir “subir” para a primeirona.

Quando eu comecei a competir, tive primeiramente que comprar um time. Mandei fazer um time amarelo, pra falar a verdade canarinho. Não colei as “cabecinhas” dos jogadores, mas mandei colocar nomes e números: Carlos Alberto, número 2, Gérson, número 8, Pelé, número 10 e, obviamente, Tostão, número 9. Confesso que nesta 2a. edição, Jairzinho começou a jogar mais do que todo mundo. Sim, porque embora seja você a mover a palheta, a crença mágica é que o botão é que está jogando. Há botões que jogam muito e outros que são irremediáveis pernas-de-pau. Ou estão apenas atravessando uma má fase…

Há campeonatos cariocas, brasileiro e, pasmem, em junho de 2012, ocorreu em Copacabana, no Rio de Janeiro, a II Copa do Mundo de Futebol de Mesa da modalidade doze toques. O Brasil sagrou-se bicampeão mundial, nada mais justo. Afinal, se o Football Association foi criado na Inglaterra, este futebol movido a sonho só podia ter sido inventado em terras tupiniquins.

Até a década de 1990, o futebol de botão foi uma grande paixão entre jovens e adultos. Um de seus praticantes mais famosos sempre foi Chico Buarque de Hollanda.

Seu time Politheama começa sua carreira como time de botão, passando com o tempo a ser também time de futebol de campo. Segundo o próprio Chico, são invictos até hoje, mesmo depois de mais de duas mil partidas disputadas.

No primeiro link, imperdível, Chico Buarque conta a história de uma partida de botão que disputou contra Chico Anysio, com Vinícius de Moraes apitando o jogo: //www.youtube.com/watch?v=KZHqhFbdCKk

No segundo link o hino do Politheama, cantado pelo próprio autor: //m.youtube.com/#/watch?v=pM6-ytj3CDs&desktop_uri=%2Fwatch%3Fv%3DpM6-ytj3CDs&gl=BR

Marcos Alvito – é carioca de Botafogo e Flamengo até morrer. É um antropólogo que dá aula de História na UFF desde o longínquo ano de 1984. Perna-de-pau consagrado, estuda um jogo que nunca conseguiu jogar direito: o futebol. Mas encara qualquer um no futebol de botão.
 

Link:  http://blogdojuca.uol.com.br/2013/01/o-tempo-em-que-tostao-valia-mais-do-que-pele/

 

 

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Dez perguntas sobre Futmesa Dadinho para Nycolas



Hoje posto aqui entrevista com um pequeno grande craque de nosso Futmesa mineiro. É o garoto Nycolas apenas 11 anos mas carrega nas veias a paixão pelo Futebol de Mesa, também não seria por menos filho de Rondinely e neto de Sidney, é a tradição da família Vieira ou para nós Família Futrica nas competições pelo Brasil.

Nycolas que jogou um Campeonato Mineiro de Dadinho com apenas 8 anos e um Brasileiro de Equipes com 9, vem crescendo na vida e nas mesas, cada vez mais fazendo grandes jogos com os marmanjos.


Dez perguntas sobre Futmesa Dadinho para Nycolas                  Entrevista Nº: 14
Nome: Nycolas Daibert Vieira                                                           Idade: 11
Clube:  A. Portuguesa / Futrica AFM 

1 – Como, onde e quando começou a jogar futebol de mesa?
Eu comecei a jogar junto de meu pai e avô. Comecei no Futrica aos 3 anos. 

2 – Alguém o influenciou a começar a jogar?
Sim, o meu pai (Rondinely) 

3 – Joga ou já jogou outras modalidades de futebol de mesa?
Eu não jogo outras modalidades. 

4 – Porque escolheu jogar na modalidade Dadinho?
Porque é uma modalidade que eu jogo faz tempo e sempre gostei. 

5 – Qual ou quais atletas de Dadinho você tem como referência pelo desempenho nas mesas?
O atleta que eu tenho como referência é o meu pai. (Rondinely) 

6 – E quem você cita como referência no futmesa pelo empenho em divulgar, organizar e desenvolver este esporte?
O meu avô. (Sidney Vieira) 

7 – Você joga apenas por hobby ou com empenho em vencer? Tem algum sonho de vencer algum campeonato especifico?
Eu jogo como um hobby e pensando em vencer. Quero ganhar uma etapa Dadinho JF. 

8 – Você tem costume de treinar sempre, apenas perto de torneios ou não treina?
Eu não treino. 

9 – Cite um grande jogo que já fez.
15ª  Copa Cozinha 2016 no Eldorado Futmesa – Final: Nycolas 3 x 3 Rondinely 

10 – Cite um grande torneio em que se destacou.
15ª  Copa Cozinha 2016 no Eldorado Futmesa.
 
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